quinta-feira, 8 de julho de 2010

Música independente: artistas que difundem suas músicas em redes sociais

Os artistas de música independente fazem parte do quadro de uma nova geração da nova música brasileira, uma tendência que atingiu o grande público. O antigo boca-a-boca perde espaço para as redes sociais, que atuam como grandes divulgadoras e incentivadoras deste modelo de difusão da música independente. Exemplos de plataformas para difusão da música são inúmeros. O MySpace, por exemplo, é um site gratuito onde se pode encontrar e adicionar amigos pela rede, postar fotos, vídeos, ouvir músicas e divulgar sua banda. É uma rede social com diversas opções e recursos para seus usuários.

Para as bandas, disponibiliza espaço para em média 10 músicas em formato MP3. O músico tem a liberdade de acompanhar as atividades que ocorrem em seus perfis, saber quem acessa e quem são seus fãs. Bandas como CPM22 e Capital Inicial, Zeca Pagodinho, Maria Rita, Vanessa da Mata, entre outros, já aderiram à versão brasileira, disponibilizaram downloads para os usuários, além de divulgarem seus projetos de trabalho.

A Trama Virtual é outro exemplo de plataforma que divulga bandas independentes nacionais. Diferentemente do MySpace, que além de nacionais divulga bandas internacionais ( por ser um site americano traduzido para os brasileiros). A Trama traz artistas já conhecidos na mídia como Ed Mota e Elis Regina. Além disso, conta com o download remunerado em que o artista ganha por cada música baixada.

Já no Palco MP3, pode-se encontrar uma grande variedade musical que dá a oportunidade de divulgar música independente, com letras das músicas (cifradas ou não), fotos das bandas e opção de downloads. O espaço permite, ainda que o usuário encontre música do mesmo gênero num único lugar. “Eu sempre gosto e preciso garimpar bandas novas que façam Classic Rock. E por mais conhecido que seja nunca encontro nada parecido no Trama Virtual – lá tem música “indie” demais. Mas no Palco MP3 eu já achei o “Yllow Plane” e o “Velho Joe”, duas bandas excelentes do Rio de Janeiro”, diz Diego Matias usuário do Palco MP3 em depoimento para o site.

Em todos os sites, a banda ou cantor que se destaca aparece na página principal, além de disponibilizarem gratuitamente as canções para os fãs. Estas redes sociais são as mais famosas entre os internautas. A internet, como meio difusor, é uma ferramenta de fácil acesso para os “interneteiros” do mundo inteiro. As bandas divulgam seus EPs (Extended Play), fazem divulgação de shows e vendem seus ingressos. A facilidade de acessar o Twitter, por exemplo, e anunciar todos os principais acontecimentos através de mensagens simultâneas as quais chegam aos seus chamados seguidores, é uma fora de fazer essas divulgações. Tássio Carneiro, tecladista da banda Velotroz, diz que esse é o melhor meio para divulgar o trabalho do seu grupo. “É o caminho mais correto atualmente por ser gratuito e muito eficiente para quem sabe usá-las. O que acontece no meio independente é que as vezes falta muito recurso financeiro”.

As redes sociais facilitam muito a agilidade da informação. Em entrevista com Erick Lomba, baterista da banda Sensus de Niterói (RJ) por MSN, ele declara que qualquer meio de comunicação em massa é muito bom. "Precisa-se de oportunidade e com certeza a falta de recursos financeiros é um grande problema. Ninguém investe no meio independente”. Tássio também fala desse déficit que o meio musical sofre: “Para ganhar mais reconhecimento, eles precisam de espaço, falta muito espaço e incentivo dos donos de estabelecimentos e até do próprio público, que aqui na Bahia ainda tem o pé um pouco atrás com a produção independente".

No Rio de Janeiro, a banda Sensus também sente a mesma dificuldade. O investimento em músicas independentes é muito difícil, só acontece se realmente dá garantias de retorno. “Nenhum produtor vai pro meio underground/independente para pesquisar bandas novas”, diz Erick. Muitos empresários ou proprietários de estabelecimentos, como bares e restaurantes que contratam essas bandas de estilo independente, acabam explorando de certa forma seus serviços.

Existe maior interesse na bilheteria do que no apoio a estes artistas. O investimento geralmente parte da própria banda que utiliza seus recursos para compra de instrumentos, locação de estúdios, etc. Quem possui maiores condições financeiras tem mais oportunidades no mercado musical independente. A música tem que atender as expectativas do mercado. Tornou-se um comércio em que não se pode apenas viver de música por ideais.

A falta de reconhecimento ainda é um problema que se tenta superar através das redes sociais que são utilizadas como “upgrade” para o sucesso de quem quer mostrar o seu talento. “ Não há muito espaço nas casas de shows que aceitem tocar o ritmo de rock’n roll. O axé é mais organizado em relação a produção e divulgação nos meios de comunicação na Bahia”, nos conta Daniel Fonseca da banda Terceira Ordem.

Para as bandas que querem mostrar seus trabalhos e viver de música, a dica é aproveitar a divulgação gratuita que as redes sociais oferecem em seus espaços na rede. Explorar este meio de comunicação que dá assistência e recursos para este público que está crescendo no cenário musical.


Por Mariana Barbosa e Gabriela Malaquias

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