quinta-feira, 8 de julho de 2010

Monange Dream Fashion Tour – moda e música invadem a Bahia

A união de mulheres bonitas, boa música e as últimas tendências da moda foram os ingredientes principais do evento que mexeu com a capital baiana no último dia 15 de maio. O Monange Dream Fashion Tour, que trouxe o glamour dos desfiles internacionais para as passarelas soteropolitanas, reuniu mais de duas mil pessoas e passará por onze cidades brasileiras.

O evento foi organizado pela empresa Mega Models e contou com o patrocínio da Monange. A divulgação ficou sob responsabilidade da TV Globo, que traz a apresentadora Xuxa Meneghel abrindo todas as edições do projeto. Nomes consagrados do cenário da moda, como Isabeli Fontana e Raica Oliveira incrementaram o desfile com suas presenças.

Realizado no Cais Dourado, no bairro do Comércio em Salvador, o Monange embalou o público com as canções do grupo Jota Quest. Os músicos fizeram uma seleção das faixas do último CD, intitulado “La Plata”, além de sucessos que marcaram a carreira da banda. Para Leonardo Belli, responsável pela produção do desfile, esse tipo de evento quando realizado fora do eixo Rio - São Paulo é uma oportunidade para mostrar às meninas que sonham em ser modelos que é possível chegar até as passarelas. Foi o que aconteceu com as gêmeas Suzana e Suzane, de 14 anos. A mãe das meninas escreveu para a produção do programa “TV Xuxa”, relatando o sonho das filhas e a apresentadora visitou a casa das gêmeas, levando-as para entrar na passarela do Monange Dream Fashion Tour junto com ela.

“O desfile pode ser considerado como mais uma oportunidade de proporcionar ao público baiano um aspecto diversificado e inovador do mundo da moda e da beleza, já que esse tipo de evento não é comum na região”, comenta Leonardo Belli. Existe também a avaliação de que é uma forma de entretenimento, que achou na música um atrativo mais próximo da realidade do público-alvo.

Um evento de grande porte, como foi o Monange Dream Fashion Tour, deixa aberto algumas opções para análise. Uma delas é do ponto de vista mercadológico, se for levado em consideração o valor dos ingressos, que variou de cinqüenta a cem reais, temos uma idéia inicial do capitalismo que envolveu esse projeto. Tendo em vista que o consumo está presente de forma intensa na sociedade moderna, no desfile ficou evidente o poder da mídia no incentivo ao consumo, utilizando diversas maneiras, entre elas, a exposição de celebridades e a distribuição de brindes. Com stands montados durante todo o evento, marcas como a Bozzano, Biocolor, Risqué e a própria Monange utilizaram os espaços como amostra das novas linhas dos produtos, numa campanha de marketing ativo.

Outro enquadramento do assunto é a questão da desvalorização dos artistas locais. A banda escolhida para animar o desfile, o “Jota Quest”, surgiu em Minas Gerais e faz sucesso em todo país. No entanto, se o evento traz para as cidades brasileiras as novidades no mundo da moda, seria justo que os artistas da região tivessem oportunidade de mostrar o seu trabalho. No âmbito musical, a Bahia assim como os outros estados que receberão o Monange Dream Fashion Tour, dispõe de cantores à altura do evento. Nota-se a presença de um preconceito ligado a expectativa de impor um gosto musical.

“Falando de regionalidade, até que o lugar foi bem escolhido, outros eventos baianos não desfrutam do espaço que de fato é bem interessante”, afirma Layra Mercês, assessora do desfile em Salvador. A estrutura do ambiente que conta com uma área total de mais de dois mil metros quadrados, foi proporcional ao porte do evento que misturou música e moda em Salvador. E por falar em moda, as criações do desfile inspiram muitas pessoas, desde as meninas que se espelham nos padrões de beleza e até profissionais da área. É o caso da estilista Edna Furtado que participou do evento com o objetivo de se atualizar. “As tendências se modificam com extrema velocidade, digamos que a cada estação a moda se transforma, por isso, eu como profissional preciso me especializar e acompanhar as tendências”, afirma a estilista.
Segundo a estudante de moda, Camila Fraga, um desfile como o Monange serviu para ampliar seu aprendizado, confirmando que ela está no curso certo. “A busca constante de informação faz parte dessa nova profissional que pretendo ser, quero ter um olhar diferente sobre a moda, e todo evento que participo amplia meus conhecimentos”, comenta Camila.

Toda a estrutura do evento desde o horário de início, acesso ao local, valor dos ingressos dificultou a presença da grande massa no desfile, mostrando que o mesmo foi organizado para um público seleto, que pudesse desfrutar do rico conhecimento proporcionado. Mas, a realidade atual é que beleza e moda estão relacionadas na maioria das vezes, aos padrões de magreza impostos pela indústria midiática. E na busca do corpo perfeito, muitas meninas tomam atitudes de autodestruição. No entanto, esse conceito de que para ser bela é preciso ser magérrima está mudando. Já é possível ver modelos com mais corpo, embora em número ainda pequeno devido ao padrão de beleza que domina a sociedade há tempos.

Embora exista a possibilidade de análise mais conceitual, embasada em fatos históricos e culturais para o desfile, a avaliação do público está mais voltada para o lado do entretenimento, o que de fato ocorreu. A junção de música, diversão e mulheres bonitas agradou os baianos acostumados a outras opções de lazer.
A moda está relacionada à vida cotidiana direta ou indiretamente, e o Monange Dream Fashion Tour trouxe para Salvador muito mais do que um desfile unido a um show musical. O evento mostrou aos baianos, entendidos ou não do assunto, o mundo da moda com todos os seus encantos e sofisticação.


Por Bárbara Sousa e Taline Lessa

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